terça-feira, 27 de fevereiro de 2007




Autoridade do Líder de Louvor - 1ª Parte


Por Don Potter


Tenho sido questionado por líderes de louvor e músicos de várias igrejas sobre como eles poderiam ter mais liberdade em seus momentos de louvor congregacional. "Mais liberdade", geralmente, significa tocar por mais tempo, tocar o que eles sentem que deve ser tocado, profetizar com canções ou tocar instrumentalmente quando guiados pelo Espírito, etc. Essa é uma boa pergunta, pois II Coríntios diz que "Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (3:17 NAS 1 ).
Se nós queremos que o Espírito Santo esteja em nossos cultos de adoração, tem de haver liberdade, mas toda liberdade verdadeira tem limites e é conquistada por tornar-se maduro e responsável o suficiente para usá-la de maneira correta. Quero tratar dessa questão contando uma história. Quando, fui pela primeira vez, a uma conferência profética do Ministério Morning Star 2 , Leonard Jones, um dos líderes de louvor, pediu que eu conduzisse o louvor em um dos períodos. Tinha acabado de conhecer o Leonard e aquela era a terceira vez que estava com Rick Joyner. Momentos antes de começar o período, Rick se dirigiu à banda e disse, firmemente, "A adoração é de 30 minutos, não é de 31". Houve silêncio por alguns minutos com alguns dos músicos cabisbaixos, constrangidos e pensando o que eu achava, daquela situação, sendo um recém-chegado. Eu me senti aliviado por alguns minutos, pois sabia que a banda tinha ensaiado apenas duas de minhas canções. Contudo, algo se levantou dentro de mim e eu conhecia muito bem aquele sentimento. Era o orgulho. Eu levaria muitas páginas para explicar sobre como o Senhor tem tratado comigo sobre autoridade e submissão.
Como músico profissional, tinha conquistado a posição na qual eu era livre para tocar o que eu quisesse, contanto que desse dinheiro. Eu também estava recebendo muitos elogios por isso. Até mesmo em minha igreja local, onde lidero o louvor e a adoração, eu era encorajado por meu pastor a seguir o Espírito da melhor maneira que pudesse. Depois de todos aqueles reconhecimentos, eu estava de frente com alguém que não se impressionava com meu passado. Mordi minha língua e não disse as coisas orgulhosas que estava pensando. Não percebi que o Senhor estava me provando mais uma vez, e eu estava prestes a falhar de novo se não dominasse meu coração.
A partir da experiência de Rick com grupos de louvor, ele sabia que algumas vezes os músicos poderiam tocar com a melhor intenção e com o maior desejo de andar no Espírito, mas com o menor nível de sensibilidade. Eles poderiam deixar a congregação exausta, e, freqüentemente, com menos da média de musicalidade. Ele sentia que o ensino da Palavra era a coisa mais importante dessa conferência em especial, a qual foi direcionada àqueles que vieram conhecer a voz do Senhor. Nesse momento, eu estava convencido de que a música verdadeira não era para a igreja, por isso concordei com os 30 minutos.
Quando iniciamos, eu desejava em meu coração que o Espírito Santo viesse de maneira poderosa. Meu entendimento por de trás disso era provar que Rick estava errado quanto ao fato de que os músicos não estavam atentos à resposta da congregação. O que poderia ser chamado de "manipular o Espírito Santo para fazer sua própria vontade". O Espírito realmente se moveu de maneira forte no louvor, mas eu parei, apesar de tudo, exatamente aos 30 minutos. Alguns dos preletores convidados que estavam lá, disseram que estavam prestes a receber uma palavra do Senhor quando eu parei, outro disse que estava tendo uma grande visão e iria dizer algo quando a música cessou no meio da visão. Extinguir o Espírito não era minha intenção, e não era a do Rick, mas eu estava sendo testado para ver se eu obedeceria às autoridades que estavam sobre mim, até mesmo quando o Espírito estava se movendo.
Nesse caso, entretanto, obedecer à autoridade foi realmente uma atitude de rebelião de minha parte. Depois, o Senhor me mostrou que eu estava trabalhando para mim e não para o propósito secreto de Deus. Provando que eu havia me tornado o ídolo e que não estava seguindo a vontade de Deus. A melhor atitude seria eu ter concordado com os 30 minutos e pedir, sinceramente, que o Espírito Santo completasse Sua obra durante a ministração. O Espírito Santo não se extingue tão facilmente como pensamos, e, certamente, Ele não nos deixará enquanto houver uma determinação honesta de segui-lO. Crer que uma autoridade estabelecida por Deus não era capaz de ouvir o Espírito tão bem, revelou minha arrogância, incredulidade e rebelião.
Orgulho
Entendo que a razão principal dessa batalha entre pregadores e músicos é o orgulho que os induz à ambição egoísta e à autopromoção. O orgulho não está só do lado do músico. Caso não haja tratamento e arrependimento por isso, haverá pouca unidade na liderança da igreja. Autopromoção faz ídolos de si. Deus lidou com esse ídolo quando escolheu os Levitas para ministrarem diante dEle (Ver Ezequiel 44:10-14). Quando os líderes de louvor estão à frente do povo, eles podem acreditar que tenham algo para fazer com a unção que está fluindo, não percebendo que o Espírito não mais está limitado por nossa fraqueza e é aumentado por nossa força. A fé e o desejo sincero de adorar são os elementos sobre os quais a unção se move. Há momentos em que, da plataforma, nós não podemos ver claramente no Espírito.
Algumas vezes, pode haver uma larga diferença no entendimento sobre como o Espírito se move considerando a plataforma e o que o pastor está sentindo da perspectiva congregacional. Já passei por situações em que não sentia nada acontecendo no Espírito durante a adoração, e o pastor disse que aquele foi o melhor período que já tinha experimentado na adoração. Também, já houve vezes em que, em minha opinião, a unção era grande, mas descobri depois que a liderança sentiu, no entanto, que estávamos "animando uma torcida" e não conduzindo, de fato, a adoração. O orgulho é o único sentimento que pode afastar o líder de louvor de receber esse tipo de informação. Os pastores não são conhecidos, necessariamente, como aqueles que tomam boas decisões musicais, mas nós temos de tentar ouvir o que eles estão realmente dizendo quando apresentam algumas críticas. Muitas vezes, eles estarão certos considerando o cerne da questão.
Obedecendo à Autoridade
Hebreus 13:17 afirma, "obedecei aos vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil." A palavra "obedecer" no início do versículo significa "ser persuadido ou confiar, ser livre do medo ou da dúvida" (Strongs 3 ). Quando nós obedecemos àqueles que têm autoridade sobre nós, há confiança e libertação do medo. Se você está experimentando medo ou dúvida sobre o que a sua liderança pensa a seu respeito, então você pode estar em desobediência em algum aspecto. A confiança que a obediência traz acalmará você e sua liderança. Essa paz é que assegurará um pastor que ele pode encorajar o líder de louvor a se mover em liberdade espiritual.
Tenha em mente que se o louvor que estamos liderando é verdadeiramente ungido, a liderança reconhecerá (mesmo que isso demore) e faça o que eles sentem que o Senhor está dizendo a eles. Se não perceberem nossa grandeza de imediato, talvez seja porque não sejamos tão bons quanto pensamos, e se há falta de sensibilidade por parte deles, nós temos de crer que o Senhor edificará a Sua igreja e disciplinará Sua liderança se eles precisarem. Enquanto isso, nós não podemos perder nossa oportunidade de crescer em humildade, pois Deus dá graça ao humilde. Se estivermos crescendo em humildade, Deus nos dará ainda mais de Sua graça, e mais cedo ou mais tarde, todos reconhecerão essa graça.


Copyright © Don Potter Music 2002 All Tradução: Daniel Torres Deolindo - Aluno Escola Adorando 2007


Notas de rodapé:
1. NAS - New American Standard - Versão Bíblica Novo Padrão Americano 2. Ministério Estrela Manhã 3. Dicionário Bíblico Strongs


Esta Palavra continua...

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